quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ética e Responsabilidade no jornalismo


A informação conquistou forte espaço ao longo do tempo, chegando a se tornar o que alguns chamam de 4º. Poder.
Hoje, o que é escrito se torna opinião e,por fim, realidade.
Mas quais são as conseqüências dessa influência?
Em 1938, um rapaz de 23 anos chamado Orson Welles transformou o livro, “A Guerra dos Mundos”, de H.G Wells em notícia de rádio.A transmissão durou uma hora e toda a história parecia estar acontecendo em tempo real.Para dar mais veracidade, falsos boletins de notícias eram transmitidos durante os intervalos.
A transmissão causou pânico na população. Houve fugas e suicídios.
Welles só chegou a declarar que a falsa transmissão não foi inocente em 1955.
Casos como esse e o de Stephen Glass, jornalista americano que inventou 27 de suas 41 matérias para crescer na carreira, nos fazem pensar o quanto é possível acreditar nas notícias publicadas em jornais, revistas, televisão, rádio e internet.
É necessário ética e responsabilidade para escrever, e infelizmente alguns profissionais vêm esquecendo esses dois fatores.
Antes de publicar uma matéria, os responsáveis devem pensar nas conseqüências da história e na veracidade da mesma.Afinal, há outras pessoas envolvidas nessa e uma infinidade de leitores que acreditarão em cada palavra publicada.
Ao contrário do que a maior parte da população acredita, os jornalistas sérios passam por grandes dilemas antes de publicar uma matéria.De um lado está a função do jornalismo, que é informar tudo o que é de interesse público e do outro estão as conseqüências dessa história na carreira de um indivíduo, na única fonte de renda de outro e etc.
Houve um caso em uma cidadezinha da área metropolitana que um jornalista havia visitado uma olaria e apurado a exploração de crianças.Esses pequenos trabalhadores enfrentavam uma jornada de trabalho de mais de 10 horas diárias e ganhavam apenas 48 reais por mês.Infelizmente, o profissional havia constatado também que as crianças utilizavam o dinheiro para completar o salário dos pais e prover comida para a família.Além disso, as crianças possuíam alimentação na olaria.Não é em vão que os pais dessas crianças que procuravam o dono da olaria para empregar seus filhos.
O jornalista, comovido pela situação, ficou em dúvida quanto a publicação da história. Se ele a publicasse, a olaria provavelmente seria fechada e as crianças não mais poderiam ajudar a sua família e algumas não teriam mais o que comer. Mas se não publicasse, ele estaria se conformando e faltando com o dever de informar o que é de interesse público.
O editor desse jornal resolveu publicar. Tomou a decisão sem ao menos pensar nas conseqüências. Foi irresponsável, pois apenas levou em conta o lucro do jornal.
Essa situação ocorre diariamente, e é por isso que o mercado necessita de profissionais humanizados, que entendam o poder da informação sobre a população e as conseqüências de uma matéria publicada irresponsavelmente.

Nenhum comentário: